Micronutrientes no cultivo e Sintomas de Deficiência 

 Em Artigos Enteógenos, Dicas de Cultivo

Além de N, P e K, as plantas precisam de outros nutrientes, porém em quantidades menos expressíveis. São eles Cálcio, Magnésio e Enxofre (os outros três macronutrientes além de NPK) e os micronutrientes no cultivo Boro, Cobre, Ferro, Manganês, Cloro, Molibdenio, Cobalto, Níquel e Zinco.

 

Os micronutrientes ocorrem em teores muito baixos no solo assim como também são requeridos pelas plantas em quantidades muito pequenas. Dependendo do tipo de substrato utilizado em cultivos caseiros poderá ou não haver a necessidade de fertilização com micronutrientes: substratos inertes geralmente demandam a adição de todos os nutrientes que a planta precisa, já se houver mistura de matéria orgânica (humus, turfa, terra vegetal, estercos, etc.), a fertilização com micronutrientes não será essencial. Nesse caso, os sinais de deficiência na planta por falta de micronutrientes só aparecem após os primeiros meses de cultivo.

 

Disponibilidade e ciclagem dos micronutrientes no cultivo

 

A disponibilidade dos micronutrientes para as plantas é influenciada pelas características do solo, como a textura, teor de matéria orgânica, umidade, pH e interação entre nutrientes. Devido à ação da chuva, vento e sol, o solo perde seus nutrientes, num processo chamado intemperismo. À medida que a água das chuvas penetra nas camadas mais profundas, associado ao vento e ao calor do sol, especialmente em solos descobertos, os nutrientes são arrastados e as plantas começam a mostrar sinais de deficiência. O mesmo ocorre em vasos, canteiros e jardineiras onde, com a água das regas e absorção pelas plantas, os nutrientes esgotam-se em pouco tempo.

 

O cálcio (Ca), potássio (K) e magnésio (Mg) são os primeiros nutrientes a esgotarem-se, dando lugar a óxidos prejudiciais às plantas. O sódio e os óxidos de alumínio são os compostos mais prejudiciais ao desenvolvimento das raízes. Para corrigir problemas de solos pobres em nutrientes a primeira coisa a se fazer é adubar com matéria orgânica. Os microorganismos benéficos que se desenvolvem naturalmente no solo produzem ácidos orgânicos e outras substâncias que atuam nos minerais e na agregação das partes do solo, renovando a ciclagem dos nutrientes e dando vida ao solo. Os fertilizantes minerais são sais que muitas vezes matam a vida do solo, pois são muito ácidos e/ou salinos. Desta forma, se um cultivador optar por fertilizantes minerais, é importante que o substrato esteja saudável e contenha matéria orgânica.

 

Mobilidade e Sintomas de Deficiência

 

Tanto os macronutrientes quantos os micronutrientes são absorvidos e transportados pelos tecidos vegetais de diferentes formas. A mobilidade desses elementos diz respeito à facilidade com que chegam aos tecidos mais apicais da planta, ou seja, nas partes mais jovens, em crescimento. Esse é um fator que varia muito entre um nutriente e outro e por isso os sintomas de deficiência podem ser notados em partes diferentes na planta: sinais de deficiência em boro, cálcio, manganês são notáveis nos ramos mais jovens, enquanto o magnésio, potássio e fósforo apresentam sintomas nas folhas mais velhas.  

 

Interações físico-químicas que influenciam na absorção dos nutrientes

 

O pH exerce uma grande influência na absorção dos nutrientes. O cobre, ferro, manganês e zinco, por exemplo, tornam-se insolúveis com a elevação do pH do solo.

Solos arenosos e pobres em matéria orgânica são mais propensos às deficiências de micronutrientes pois, além de não disporem de uma fonte que é a matéria orgânica, a lixiviação é facilitada pela falta de cargas elétricas que permitiriam a retenção dos micronutrientes adicionados via adubação.

A presença de água no solo é importante não somente para hidratação da planta, mas também para a ciclagem dos nutrientes. Um substrato úmido facilita a decomposição pelos microrganismos, processo que é o responsável por suprir os nutrientes que as plantas necessitam.

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